"Nunca gostei muito do termo “parceria”. Quando morei no Japão, as empresas do ramo musical já utilizavam essa terminologia para definir o “status” de relacionamento com outras corporações e com músicos patrocinados. De qualquer forma, foi na virada do milênio que as coisas aqui descambaram para o “estado de parceria”. Já procurei vários sinônimos para essa palavra e não encontrei nenhuma denominação mais adequada...Então, vamos de parceria mesmo!  Eu já conhecia a Malagoli/Sound desde os meus tempos de adolescente. Tive um pedal Sound  ES-4 e lembro ter instalado um captador da marca no violão que era da minha irmã. Nunca que nesses idos tempos – imaginaria que viria a me tornar parceiro da referida empresa. O primeiro contato foi durante uma Expomusic, conversei brevemente com o “sêo Carlos, o Luis e talvez tenha conversado com o Érico. Não me recordo de muita coisa desse dia. Aliás, conversas de Expomusic são assim mesmo, difíceis de lembrar nos dias seguintes.

Logo depois que me tornei colunista da revista Guitar Player Brasil, testei um jogo de captadores da linha traditional. Telefonei algumas vezes para o Érico e “ensaiamos” uma possível parceria. Na verdade, a efetivação demorou a ser definida. Meu dia-a-dia era intenso porque além de cuidar da escola de luthieria, trabalhava na revista, era técnico de guitarra e áudio em shows internacionais e tocava em banda. Já a Malagoli, estava numa transição de um processo de modernização, encabeçado pelo Érico – justamente o motivo principal de conciliar nossos interesses em algo comum. No meu último ano de Guitar Player, finalmente, a parceria se firmou. Ao deixar a revista pude ter tempo e concentração para me focar em captadores de uma maneira mais intensa.

​A Malagoli também investiu em infra-estrutura, tecnologia e sempre me forneceu as melhores condições de trabalho. Um pouco antes da Expomusic 2005, desenvolvemos protótipos do captador HH777 Hellbucker, para posição da ponte. Simultaneamente, a empresa desenvolveu outros modelos que também foram expostos na Expo.

A Malagoli não mediu esforços para me atender nos quesitos técnicos. Além de adaptar uma nova logística na produção, a empresa investiu em aparelhos de medição que facilitaram o monitoramento de parâmetros numéricos e importação de matéria-prima de alta qualidade.

De minha parte, sempre troquei figurinha com o Érico no que diz respeito a parte técnica e o lado business do mercado. Com a elaboração do HH777, tanto versão ponte como braço, resgatei um projeto antigo que estava estacionado sem muitas pretensões – atualmente é um produto reconhecido e bem sucedido comercialmente. Já do lado business, conquistamos mais êxitos que decepções. Acompanhe na segunda parte desta matéria, a concepção e criação do HH777".

Henry Ho